'Sonic 4' traz jogabilidade clássica em 2D do herói.
Game é vendido por meio de download nos consoles e no iPhone.
Produção: Sega
Desenvolvimento: Sonic Team
Gênero: Plataforma
Jogadores: 1
Lançamento: 12 de outubro de 2010
Preço: US$ 15, iPhone US$ 10
Nota: 7,5*
É inegável o sucesso que Sonic conquistou ao longo dos seus quase 20 anos de carreira. O ouriço (ou porco-espinho) azul mascote da produtora Sega se tornou quase tão popular quanto o encanador Mario na década de 90, impulsionando as vendas dos consoles Mega Drive e Master System.
Quando a indústria “exigiu” a mudança dos gráficos 2D para o 3D, o personagem não teve o mesmo desempenho. Controles confusos e a falta da supervelocidade, principal habilidade do herói, além da grande quantidade de títulos com qualidade duvidosa nos últimos anos fizeram o personagem cair para um nível tão baixo que nem os fãs acreditavam que a Sega poderia salvar o seu mascote. Pelo menos até agora.
Após 16 anos de espera, a empresa lançou, por meio de download no PlayStation 3, Xbox 360, Wii e iPhone “Sonic the Hedgehog 4: Episode I”. Dividido em episódios, o game, em vez de seguir a tendência de lançar jogos em 3D, tenta voltar ao passado, apresentando fases em duas dimensões. Como em “Sonic the Hedghehog”, “Sonic 2”, “Sonic 3” e “Sonic & Knuckles”, o objetivo do herói é percorrer as fases, pulando por plataformas e enfrentando os inimigos, e, no final, enfrentar o vilão Dr. Robotnik.
O visual do game foi atualizado para a alta definição, apresentando o personagem com animação convincente e cenários coloridos. O design das fases traz cenários com diferentes níveis e caminhos, fazendo com que o game não se torne repetitivo. Os loopings e túneis estão de volta para agradar aos fãs do herói e os comandos continuam simples, exigindo pressionar apenas um botão de ação para pular e atacar os inimigos.
Pressionando o botão de ação novamente, Sonic realiza o “homing attack”, investindo diretamente no inimigo e em itens. A mecânica presente nos jogos 3D do herói torna o sistema de jogo mais fácil, mas, por outro lado permite o acesso à diferentes áreas das fases. Ainda, Sonic pode rolar para eliminar adversários no solo ou usar o “turbo” (segurando para baixo e usando o botão de ação), para avançar em alta velocidade.
Ainda existem as fases bônus, também inspiradas no passado. Para conseguir as esmeraldas do game, o jogador precisa percorrer um labirinto coletando argolas até chegar ao local onde está a esmeralda. Em vez de controlar Sonic, o jogador controla a posição do labirinto, o que dificulta a missão.
Existe algumas diferenças em relação aos jogos clássicos que não agradam. Algumas mecânicas clássicas foram modificadas estranhamente, fazendo com que o personagem tivesse um comportamento diferente de tudo o que os jogadores estão acostumados – inclusive os gamers mais jovens que tiveram acesso aos jogos clássicos por meio das lojas virtuais dos videogames. Sonic está um pouco mais lento e leva mais tempo para alcançar sua velocidade máxima, o que atrapalha o avanço do jogador em áreas de pouco espaço para conseguir um “embalo”. Antigamente, o jogador podia se aproveitar da inércia de Sonic ao largar os controles e deixar ele seguir em frente e reduzir a velocidade aos poucos. Agora, ele simplesmente trava ao soltar os comandos. Por algum erro de programação, ele também pode ficar parado em uma rampa de quase 90 graus. Não chega a atrapalhar a jogabilidade, mas é estranho ver um game que deve ser de alta qualidade chegar a este nível.
Embora consiga voltar às origens da série, “Sonic 4” não é perfeito. As poucas fases tornam a experiência curta e a mudança das mecânicas clássicas causam estranheza. Entretanto, é Sonic mostrando que pode voltar à sua melhor forma com um jogo consistente e que remete ao passado. Existe ainda a esperança de a Sega ouvir os fãs e corrigir os erros da atual versão e, pricipalmente, lançar mais fases nos próximos episódios.
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